Pois bem, voltando ao nosso beer tour: estávamos em Brakel por N motivos: conhecer os pais da Sofie, estar numa cidade típica belga (sem necessariamente ser turística), beber… Mas principalmente para comemorar o aniversário de um ano do Leleo! E foi o que fizemos, depois de fazermos um tour e quase morrermos de ver tanta cerveja no depósito da cidade: fomos comemorar — e com muito estilo! — o primeiro aniversário do Leleo:
Adoramos o nome: um abraço sempre é bom, não é mesmo? Da cervejaria belga De Dochter van de Korenaar (“a filha do trigo”), todas as cervejas têm nomes assim: Bravura, Nobreza, Coragem, Fineza – bem legal!
Com 9% ABV, sendo de 5 anos de guarda (tomamos a garrafa de nr. 5937, de 07.10.09), a cerveja, que também foi degustada pelo Vake (“pai”, em flamenco. Ou seja, como a Sofie —e todo mundo! — chama o pai dela), é marrom, indo para o âmbar, com uma espuma creme e fina. Muito maltada, sente-se o dulçor, e também tendo o lúpulo bem presente e marcante. A Embrasse tem o caramelo do malte, tem um toffee (buttermilk) tanto no aroma quanto no sabor. É redonda: não se sente o álcool mas, esquenta. Como disse o Vake, “boas cervejas são aquelas que você sente tudo e não percebe nada em excesso.”
Curiosidade: depois, lemos no rótulo uma indicação da cervejaria para experimentar a cerveja quente (não ao natural, quente!) com chantily. Vamos ter que providenciar uma garrafa para experimentar…
Agora, o ponto alto da noite:
Você conhece raclette? Se não, não imagina o que está perdendo! Pra facilitar as explicações, podemos dizer que ela é parente da fondue (essa você conhece!). Só que na raclette, usa-se muito mais ingredientes, já que ela tem uma “chapa” reta, onde coloca-se as comidinhas para cozinhar. Batatas, cebolas, legumes em geral, junto com queijos, não podem faltar. Mas essa foi especialíssima: nos esbaldamos de comer vieiras, camarões, salmão, carneiro, filé mignon. Tudo com muitos temperinhos, molhos e acompanhamentos.
Gente! Isso é bom em qualquer época do ano. Mas, imagine no frio: fica melhor ainda! (Por que você não tenta agora no nosso SUPER inverno?)
Só imagine o tanto que foi bom… Porque pra saber mesmo, só estando lá! (Nosso ENORME agradecimento à família da Sofie, que nos recebeu tão bem!)
Oud Zottegems Bier: da cervejaria belga Crombe, tem escrito no rótulo que é uma cerveja com evolução de sabor (não é lindo?). É uma old ale com 6,2% ABV. Dourada, levemente avermelhada, com espuma fina e constante. É uma cerveja da “old school”, ou seja, cerveja como cerveja na origem. Equilibradíssima, malte na medida, amargor na medida, carbonatação na medida. Única! E melhor: foi uma sugestão do Vake. Deliciosa!
Melchior Oak Aged (aged on Mackmyra Barrels) – Alvinne Oak Collection. Da cervejaria Alvinne. Dourada avermelhada, espuma persistente, com 11,5% ABV. Envelhecida em barris de bourbon. Com aroma muito frutado, lembrando bastante cerejas. Sabor de fruta vermelha doce, levemente ácido e pouco amargor. Tanino perceptível muito suave. Muito curiosa: baunilha, uva passa clara, talvez iogurte. Muito diferente!
Mano Negra Oak Aged (aged on Bladnoch Barrels) – Alvinne Oak Collection. Também da cervejaria Alvinne. Uma really dark beer, com alta carbonatação, malte presente, lúpulo leve, 10% ABV. Aroma ácido e também aroma da doçura do leite (sabe quando ferve?). Sabor levemente ácido (taninos), pouco amargo. Seca. Deliciosa! Muito diferente, muito leve, mesmo sendo forte. Vale a pena experimentar!
Imperial München do Marcelo: levamos para tomar com o Vake e saber sua opinião. A cerveja, como já falamos, era uma lager que foi tratada como ale, com 8 fermentações com açúcar mascavo, sendo a última com fermento de champagne. Depois, maturou em barril de madeira imburana e se tornou beeeem licorosa (o Marcelo disse que vende uma garrafinha por 10 mil reais!). O Vake, mesmo não sendo fà de cerveja escura e forte, percebeu o açúcar mascavo e gostou da proposta licorosa da cerveja.
Tá pensando que acabou? Peraí:
De Dolle Oerbier Special Reserva: da cervejaria De Dolle. Segundo eles, oerbier, significa ser original. Belgian Strong Ale com 13% ABV, dourada escura e pouca espuma. Maturada em barris de carvalho e refermentada na garrafa, é ácida no sabor e tem um aroma levemente ácido também (talvez seja acidez do barril – tanino?). Amargor leve da fermentação. Lembra uma lambic mas, não tem fermentação espontânea. Muito boa!
E teve mais:
Detalhes importantes: panqueca e geléia feita pelo Vake! E mais: a geléia é de cerejas colhidas no quintal da casa deles. Deliciosa!!!!
Old Fisherman’s Ale – Pannepot 2008: da cervejaria Struise (e ainda falaremos muito desta cervejaria: os caras são inovadores!). Quadrupel (Ale com spices), de cor negra, espuma persistente e 10% ABV. Aroma e sabor adocicado, corpo forte, álcool não perceptível, bem inserido. Fermento belga aparente, sabor de ameixa. O adocicado não é enjoativo. Experiência para se guardar: muito boa!
Old Monk’s Ale – Pannepot 2008: também da cervejaria Struise (uma paixão particular por ela está surgindo!). Quadrupel, rubi/marrom, espuma persistente, 10% ABV. Aroma de álcool, malte e frutas secas. Doçura de caramelizado de maltes especiais. Leve dulçor no palato. Sabor de madeira. Mais complexa que a primeira Pannepot. Muito, muito, muito boa!
Uma noite pra se guardar na memória e no coração (além do paladar, é claro!). Foi perfeito! Mais uma vez, obrigada Sofie e sua família maravilhosa!
(Gente… Nessa época, o Leleo nem andava ainda! Agora, já tá quase falando! Desculpe o atraso mas, essas coisas merecem muito carinho!)
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