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Além dos chocolates

Last updated on 13 abr ’10

Os que ainda não são apaixonados pela variedade e qualidade de cervejas da Bélgica, com certeza conhecem sua fama de produzir o melhor chocolate do mundo.

Está na hora de rever seus conceitos: além de chocolates e waffles famosos, a Bélgica é conhecida mundialmente por suas cervejas — consideradas as melhores do mundo.

Desde a Idade Média criando e saboreando cervejas, os belgas têm hoje uma grande variedade de tipos delas. Algumas são tipos únicos do país, como as Lambics, Gueuze e Kriek. Conheça um pouco sobre cada uma:

* LAMBIC: A cerveja Lambic é o tipo mais antigo de cerveja do mundo — data de 1400 — e a única com fermentação espontânea ou “selvagem” (veja só de onde surgiu o termo “alambique” — sim, esse panelão de cobre que se usa para destilar a Cachaça Gabriela!). Lambic vem do nome da cidade de Lembeek, na Bélgica e só pode ser feita neste país, na região do Vale do Senne. Ela precisa ter no mínimo 30% de trigo. Todas as cervejas à base de Lambic têm como característica a acidez no sabor. O amargor e o gosto adocicado são mais relevantes em umas do que em outras.

* GUEUZE: Com a mistura de diversas “safras” de Lambics (tipo de cerveja levemente amarga), ou seja, de várias idades e diferentes gostos, nasceu a cerveja Gueuze. Cada mistura produz uma Gueuze diferente. Além de possuir fermentação espontânea, ela fica armazenada em barris de madeira de carvalho, atingindo a maturidade somente após três anos da fabricação.

* KRIEK: O nome da cerveja Kriek significa precisamente cereja ácida, em neerlandês. Para se fazer esse tipo de cerveja, é adicionado à cerveja Lambic, essas cerejas ácidas, uma variedade rara, típica da região de Bruxelas. As cerejas são deixadas na cerveja durante vários meses, o que causa a refermentação do açúcar adicional. Tipicamente, não é deixado qualquer açúcar, originando um sabor da fruta, sem ser doce. Há lugar ainda a um processo adicional de maturação, após a remoção das cerejas. É possível encontrar também cervejas kriek elaboradas com outras frutas que não cereja.

É interessante também o fato de essas cervejas poderem ser guardadas por anos, tendo seu sabor alterado, quanto mais tempo descansar na garrafa. Como os bons uísques, quanto mais velha melhor — a diferença é que o uísque, quando colocado na garrafa, não envelhece mais (isso só acontece no próprio barril dele), enquanto que a cerveja continua sofrendo ações do tempo na garrafa.

Edu Passarelli e Xavier Depuydt visitaram a Cervejaria Cantillon, de Bruxellas, cervejaria familiar, que data de 1900 e uma das únicas do mundo que faz cervejas de fermentação espontânea. Confira suas viagens e impressões, clicando em seus nomes.

São muitos gostos e sabores novos para degustar. Não está na hora de trocar a pilsen por novas possibilidades de paladares?

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